O transporte de cargas refere-se a uma etapa importante do setor logístico no que concerne à matéria-prima para confecção de produtos e alimentos, ou ainda, entrega de mercadorias. Sendo assim, o transporte de cargas é crucial para a economia do país e, isso é perceptível devido ao crescimento em volume de serviços do PIB (Produto Interno Bruto). E quando este setor é unido ao agronegócio, essas atividades representam o desenvolvimento da economia brasileira. De acordo com pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa), o Brasil é o quarto maior produtor de grãos mundial, estando atrás apenas de China, EUA e Índia.
Neste sentido, é importante ressaltar que o mínimo problema possível neste processo afeta toda logística. Por isso, o ideal é conhecer os tipos de transporte de cargas, suas características e benefícios conforme explicaremos, a seguir. Confira:
O que é transporte de cargas?
Quando falamos em transporte de cargas nada mais é do que movimentar diversos tipos de mercadorias diariamente. No Brasil, isso pode ser feito de diversas maneiras, por meio de sistemas como o rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo, dutoviário e até o infoviário.
Logo, um dos principais objetivos desse processo é assegurar a satisfação dos clientes, a partir das entregas dos produtos em perfeitas condições, dentro do prazo estipulado e no local indicado. Desse modo, é primordial contar com empresas especializadas que tenham comprometimento.
Modais de transporte de cargas no Brasil
Conforme mencionado anteriormente, existem cinco tipos de transportes de cargas disponíveis para o escoamento de matérias primas. Entres os principais temos:
- Ferroviário;
- Rodoviário;
- Aquaviário;
- Aeroviário; e
- Dutoviário.
Ferroviário
O transporte ferroviário é um modal diversificado. Isso porque, é utilizado para transportar mercadorias de setores como:
- Mineração;
- Siderurgia;
- Agronegócio;
- Combustíveis; e
- Produtos Industrializados.
Além disso, os vagões de cargas também movimentam grandes volumes de mercadorias:
- Aço;
- Grãos;
- Celulose;
- Fertilizantes; e
- Minério de ferro.
Neste sentido, de acordo com a Associação Nacional dos Transportes Ferroviário (ANTF), o modal ferroviário corresponde a 21,5% de participação no transporte brasileiro. Sendo que, atualmente existem cerca de 29.320 km e se conectam no Quadrilátero Ferrífero, no Sul de Minas Gerais.
Modal rodoviário
Em relação ao modal rodoviário, este é o mais popular do Brasil. Isso ocorre devido a ampla extensão territorial brasileira, com 1,7 milhões de quilômetros de estradas, o nosso país possui a quarta maior malha do mundo. Diante disso, cerca de 60% de toda carga transportada é por meio de rodovias, ainda mais que esse é o único transporte capaz de chegar às zonas rurais.
Além disso, essa é considerada uma opção popular por conta da sua versatilidade, visto que transporta praticamente todo tipo de mercadoria, em trajetos de curtas e médias distâncias.
Entre as principais vantagens do transporte rodoviário estão a comodidade e a capilaridade. Pois existe, por exemplo, a possibilidade de dividir um frete com diversos clientes, transportar mercadorias pesadas ou de alto volume. Outro ponto interessante, é referente a sua manutenção que possui valor abaixo dos demais modais. Sendo considerado ainda, um transporte prático porque, na maioria das vezes, requer o uso de somente um veículo, que vai até o centro de distribuição e, em seguida, até o destino final.
Modal aéreo
Neste modal é possível transportar cargas pelas companhias aéreas comerciais. Dessa forma, caso se trate de mercadorias de alto valor agregado ou que seja considerada urgente, essa é a melhor opção de transporte. Além do mais, também é considerável para os embarques expressos, porém possui alto custo quando comparado com as outras formas de entrega.
No Brasil, são movimentados cerca de 1,2 mil toneladas de cargas anualmente pelo modal aéreo, com destaque para produtos alimentícios, farmacêuticos, reatores elétricos, produtos de origem animal, entre outros. Percebe-se que essa operação é bastante utilizada por produtos perecíveis, os quais demandam menor tempo de manuseio, por isso, torna-se crucial garantir que eles não sejam danificados durante a movimentação.
Vale lembrar que existem restrições no transporte aéreo, em relação ao volume e peso das mercadorias, podendo iniciar e encerrar as viagens somente nos aeroportos.
Suas vantagens são o baixo risco de acidentes, tráfego mais ágil, documentação simplificada e a possibilidade de percorrer longas distâncias com maior rapidez.
Aquaviário
Segundo o estudo da Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq), o modal aquaviário, cresceu por volta de 20,7% no Brasil. Em nosso país, esse transporte ocorre em lugares como lagos, lagoas, rios e canais, utilizando barcos e navios. O setor movimenta diariamente 1.300 milhões de toneladas de cargas ao ano, entre navegações de longo percurso, cabotagem e interior.
As cargas mais comuns transportadas por este modal são:
- Petróleo;
- Alumínio;
- Carvão;
- Minério de ferro;
- Bauxita;
- Pasta de celulose; entre outros.
Esse tipo de distribuição de carga é usada no Brasil desde a época imperial.
Dutoviário
O transporte dutoviário tem como principal característica a segurança, baixa flexibilidade, agilidade e capacidade de fluxo. Sua atuação ocorre por meio de tubos e dutos, que podem ser aparentes ou não (subterrâneos ou submarinos).
Devido a isso, contempla a movimentação de produtos específicos, divididos da seguinte forma:
- gasodutos: gás natural;
- minerodutos: sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático;
- oleodutos: petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta.
Assim sendo, o modal dutoviário no Brasil, atende as seguintes regiões:
- oleoduto Angra dos Reis/Caxias, RJ: 125 km;
- oleoduto São Sebastião/Paulínia, SP: 226 km;
- mineroduto Paragominas/Barcarena, PA: 250 km;
- Gasoduto Brasil-Bolívia: 3150 km, desses 2593 km estão em território brasileiro. Começando em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) até Canoas (Rio Grande do Sul-Brasil), percorrendo os Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, cortando 135 municípios.
Entende-se que o custo da implantação deste tipo de transporte é alto, mas o investimento geralmente é compensado com o tempo, uma vez que o custo operacional é baixo.